Corte do orçamento para cumprir PEC 55 ameaça funcionamento do INSS
Segundo fontes, o Ministério do Planejamento cortou mais de 40% dos recursos disponíveis para o funcionamento das agências do INSS
 14 de julho de 2017 às 08:54
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A situação dos cofres públicos é dramática. Sem condições de cumprir a meta fiscal deste ano, de deficit de até R$ 139 bilhões, o Tesouro Nacional está suspendendo uma série de pagamentos e cortando o que pode de despesas. A tesoura, inclusive, avançou sobre o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que pode suspender o atendimento em até metade de suas agências espalhadas pelo país.

Segundo fontes, o Ministério do Planejamento cortou mais de 40% dos recursos disponíveis para o funcionamento das agências do INSS. Há mais de três meses, o presidente da instituição, Leonardo Gadelha, vem conversando com o Planejamento em busca de uma solução, pois o dinheiro disponível para manter os postos de atendimento abertos praticamente acabou. Se nada for feito, nas próximas semanas, o INSS terá que anunciar um plano especial para atender a população.

Diante da escassez de recursos, o Planejamento se mantém irredutível. Mas a perspectiva de caos no atendimento do INSS pode levar o Palácio do Planalto a intervir no assunto. Num momento em que o presidente Michel Temer está a um passo de perder o mandato, o fechamento de agências do INSS levará a população a pedir o fim imediato do governo, dizem técnicos da Esplanada dos Ministérios. Será um desgaste enorme.

Num primeiro momento, a previsão do INSS é reduzir o horário de atendimento a trabalhadores, aposentados e pensionistas. Depois, se nada for feito, será anunciado o fechamento de postos menos procurados, remanejando os atendimentos. A terceira etapa prevê o fechamento total de pelo menos metade das agências. Não haverá dinheiro para nada, apenas para pagar pessoal.

Um técnico do INSS diz que nunca viu uma situação tão dramática. “Falta dinheiro para tudo. Estamos operando no limite da irresponsabilidade. Não por acaso, as pessoas têm reclamado demais do atendimento. O estresse é total”, ressalta. Para ele, o governo precisa ver, urgentemente, o que realmente é prioridade, pois o corte de despesas não pode ser feito de forma aleatória, sob o risco de revolta da população que paga impostos pesadíssimos.

Fonte:
Vicente Nunes / Correio Braziliense

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